sexta-feira, 30 de julho de 2021

Relatos de uma Professora Cristã


Trabalho na rede pública de ensino há mais de 25 anos. Já atuei em diversas áreas na rede tanto na Prefeitura do RJ como no Estado do RJ. Sou professora de História, alfabetizadora, trabalhei na Coordenação pedagógica de escola do 6º ao 9º anos e na coordenação de Salas de Leitura da rede. Dentro de todos esses anos, presenciei casos de alunos em crise que levavam os mesmos a se cortarem, tentarem suicídio, se envolverem com drogas, roubo, tráfico e álcool. Fui ao encontro de vários deles. Colocava no meu carro e batia um longo papo. O que me sempre chamava a atenção é que os nomes deles, em sua maioria são: Davi, Pedro, Jonathan, José, Paulo, Hadassa, Esther, Vasti e por aí vai. O que nos sugere que pertencem a uma família cristã evangélica. Sim, muitos, muitos, muitos...

Os mesmos são filhos de crentes: pastores, diáconos, obreiros, evangelistas e missionários. Choro ao relatar isso, porque todos esses que cederam ao tráfico, às tentativas de suicídio, aos cortes nos braços, ao homossexualismo, aos PTs (perda total - como eles chamam) para o álcool, não foram por conta da escola ou influência de professores e sim por uma grande desestrutura familiar. Nossas famílias estão doentes e não estamos dando conta de nossos filhos! 

As reclamações desses alunos, em sua totalidade são: meus pais não têm tempo para mim! Meus pais não me conhecem. Meus pais não se importam comigo! 

Então, o problema não está na ESCOLA e sim na FAMÍLIA! 

Perdoem-me a ousadia em escrever isso, mas me incluo no meio. Angustia-me ver que o inimigo quer tirar nosso foco e colocar a culpa nos outros e em outros sistemas para que não consigamos ter um olhar mais apurado e correto: O PROBLEMA ESTÁ EM NOSSAS FAMÍLIA! 

Os filhos crescem e os pais não se preocupam mais com eles. Vão para o Ensino Médio e os pais não os acompanham. (Quando pequenos são novos demais para se envolverem nos trabalhos do Senhor. Quando maiores, eles já conseguem caminhar sozinhos). Não falo em acompanhar no caminho para a escola, mas um acompanhamento de pensamentos, ideias, sentimentos, no espiritual, há uma extrema necessidade de dar continuidade. Nós pais, precisamos saber o que nossos filhos estudam na escola. Nós pais precisamos saber o que nossos filhos sentem, pensam sobre todos os assuntos, inclusive o que pensam sobre nós... Nós pais precisamos deixar nossos filhos trazerem as angústias e os pensamentos adversos do mundo para casa e ter liberdade de falar e de se posicionar para um grande debate. Que sua mesa do almoço e do jantar seja uma grande democracia para acolher seu filho nos debates sobre religião, sexo, drogas, política e demais assuntos. Pare para ouvir os seus filhos! Se não alguém vai parar para ouvi-lo. Ria com seu filho, senão ele vai procurar alguém para rir com ele. Dê abertura para críticas, você não é infalível. Entenda e mostre para eles que você também erra. Ele verá que você é pai e é humano. Se seu filho arrumar uma amizade, traga a amizade para dentro de sua casa. Essa amizade será também instruída por você! Se seu filho amar um (a) Professor (a) na escola, procure amá-lo (a) também. Se apresente para esse professor, leve presentes para ele, e na convivência você estará influenciando essa pessoa também. Viva a vida junto de seu filho, dessa forma, estaremos fortificando nossos laços familiares para o sucesso. 

A culpa não é da escola. A culpa não é da universidade. A culpa é minha e sua que não estamos priorizando nossas famílias! A culpa é da Família, infelizmente! Oremos por nossas famílias. Que o Senhor Jesus nos dê sabedoria para sermos servos fiéis, pais irrepreensíveis na palavra, no procedimento, no trato, na fé e na pureza! 

Ajudemos uns aos outros, e olhemos sempre para Cristo!

Andréa D. Cezar


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